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Dom Silvério, MG |
"A eternidade não tem tempo e nem hora"
(Padre Genivaldo, na homilia do Dia dos Finados).
O texto abaixo, retrata a morte na visão de uma criança,
com menos de cinco anos de idade:
(Padre Genivaldo, na homilia do Dia dos Finados).
O texto abaixo, retrata a morte na visão de uma criança,
com menos de cinco anos de idade:
Minhas Montanhas
A primeira leitura que pude fazer da morte, foi-me dada pelas montanhas da cidade plantada no meio do belo vale onde nasci.
Depois que meu avô faleceu e disseram-me que ele foi para o céu, eu olhava para o alto e via-o tão amplo e vago de nuvens. Mas as montanhas não. Elas estavam ainda mais perto da terra. Talvez indo ao encontro do céu. Lógico.
Lembro-me que olhava para aquelas duas montanhas em especial, que eram avistadas do quintal da minha casa e ficava absorta, reverenciando meu avô ali. Não sei por quê, mas para minha pouca idade, era muito natural e perfeitamente explicável que a barriga dos mortos crescia e ficava estufada, formando as montanhas. Sentia, e ainda sinto, uma sensação enorme de proteção emanando daquelas gigantescas criaturas. E as outras inúmeras montanhas que existiam por lá, eu entendia que eram os outros que também já tinham ido para o céu e eu nem conhecia.
Então, sendo assim, durante bastante tempo, o vovô Carlos esteve dormindo abaixo daquela enorme montanha. Sempre tinha meus momentos especiais de encontrá-lo no horizonte do meu quintal.
(Carla Fernanda)
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